Tudo que o investidor inteligente deseja ao entrar no mundo dos investimentos é um mercado de baixa de 20 anos, para que ele possa comprar ativos a preços baixos em relação ao valor das empresas. -Adaptado de "O investidor inteligente - Benjamim Graham"

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

A falência do modelo atual de Previdência

Esse é o primeiro post técnico do blog. mas isso não significa que eu sei alguma coisa. Tudo que eu escrevo aqui são opiniões pessoais, não me levem a sério. Se minha opinião valesse alguma coisa, eu tava vendendo, e não colocando aqui, hehehe.

O objetivo desse post é mostrar como investimento em previdência pode ser considerado arriscado, e com isso mostrar porque todos tem que montar sua própria carteira, e buscar a independência financeira independente de onde trabalha, exceto que já é rico (EIKE inveja).
Dividi o post por categorias de previdência, desde o funcionário público estatutário, até o profissional liberal que busca um PGBL ou VGBL.

Funcionário Público estatutário



Ah, a carreira pública.... O santo graal dos advogados. A renda e a aposentadoria garantidos para sempre.
Além de tudo, excelentes salários, que podem chegar a R$ 28.000,00. Porém, a moleza está acabando. Graças à lei 12.618/2012 e o decreto nº 7808/2012, os novos entrantes do serviço público farão juz a aposentadoria normal do INSS, e seu magnífíco teto, atualmente em R$ 4.157,05. Adicionalmente o poder público criou um fundo, o FUNPRESP, que servirá como previdência complementar, nos moldes das outras fundações tanto de empresas públicas quanto privadas, a exemplo do BB, BNDES, Petrobras, Vale, etc, instituido na modalidade contribuição definida, onde o valor do benefício depende do valor aplicado e da taxa de rentabilidade auferida.
Para quem não sabe, a aposentadoria integral e a estabilidade foram criados em uma época onde o setor público pagava mal, e precisava incluir benefícios para atrair servidores. Porém, nos tempos atuais isso deixou de ser verdade, e faz até sentido eliminar a aposentadoria integral, que gera custos absurdos para o governo, que gera déficits, que gera impostos, que são grandes âncoras para o crescimento do país.
Justo, mas justo na nossa vez?
É meu amigo, em termos de previdência, ser estatutário vai ser igual a ter uma previdência complementar.
Aliás, o Estado do RJ, já operacionalizou o fundo e já tem gente contribuindo. Na escala federal o processo se dava de maneira mais ampla.
Quem já é servidor, pode optar por qual modalidade quer ficar, mas tenho certeza que ninguém vai abrir mão do regime antigo, a não ser obrigado. Conhecendo os governos, imagino que daqui uns dez anos alguem mude a regra e diga que quem não adquirir condições de se aposentar até 2025 é obrigado a migrar, pq isso já aconteceu antes, quando instituiram o fator previdenciário!

Funcionário Público Celetista ou funcionário de empresa que possui previdência complementar (e estatutários que entrarem no FUNPRESP)


A regra é simples. Todo mês você pega uma parcela considerável do seu salário (gira entre 10 e 20% do salário bruto), entrega a um fundo gestor, que te promete uma de duas coisas.
1 - No plano de benefício definido - BD (em extinção), seu dinheiro entra no mesmo bolo coletivo de todos os participantes do fundo, e você contribui cada vez mais, de acordo com seu salário, mas com a promessa de receber para sempre a média dos seus últimos X salários (varia de 1 a 5 anos anteriores)
2 - No plano de contribuição definida - CD (cada vez mais comum, por ser  mais seguro e fácil de gerir), você tem opções de valor de contribuição, mas sem a promessa de receber seu último salário. A vantagem é que o seu saldo é individual, e isso mitiga o risco de insolvência do plano.
O que tenho visto nesses planos é que não estão adaptados para trabalhar no "Brasil do juro baixo". Esses fundos tem uma meta atuarial, uma taxa de desconto, que é a rentabilidade que eles prometem obter acima da média. Quase todos os fundos prometem mais do que podem cumprir, principalmente levando em consideração que grande parte do patrimônio é aplicado em renda fixa (não sei se tem legislação para essa alocação).
Quando eles furarem feio essa meta (alguns prometem render 6% acima da inflação), vão acontecer duas coisas.
1 - No BD a soma de todas as contribuições a receber (ATIVO), vai ficar menor que a soma de todos os benefícios a se pagar (PASSIVO ATUARIAL). Então os aposentados vão consumir todos os recursos, e o zé mané que acabou de entrar pra empresa vai passar anos contribuindo sem receber nada depois. Isso já aconteceu, vide AERUS, o plano de previdência da VARIG.
2 - No CD, o seu bolo individual vai ficar bem menor do que o esperado, e você vai receber um salário extra mixuruca...
Tem duas características que podem fazer esse tipo de investimento valer a pena. Baseando-se no fato que a empresa (vulgo PATROCINADOR) é geralmente responsável solidária pelo fundo, ter um plano de previdência complementar se você trabalha numa grande empresa, pública ou privada, vale a pena porque:
1 - A empresa pode aportar dinheiro para resgatar o fundo, mas em condições bem específicas(a PREVIC vem apertando o cerco), e vai respingar merda em cima de todo mundo, mas todo mundo vai receber, caso o plano tenha dificuldades
2  - A empresa costuma depositar uma quantia de dinheiro proporcional a sua, as vezes em montante igual ao seu. Começar com logo com 100% de rentabilidade não está nada mal.
Na presença dessas 2 características, é uma opção viável ter um plano de previdência. E quando eu digo viável, eu digo possível, bom, mas não é zero risco!

Previdência privada (PGBL e VGBL)


Esse é o campo que tenho menos conhecimento, então me corrijam se eu estiver errado. Não existe promessa de salário, não existe promessa de rentabilidade. Aqui você está confiando que um gestor qualquer vai conseguir uma rentabilidade melhor que a sua, melhor que o índice, e ao invés de ganhar o mercado e virar o próximo Warren Buffet, ele vai ficar naquele fundo de previdência, ganhando geralmente um salário de merda... Na boa, não levo fé mesmo. Isso sem nem falar das taxas, que geralmente comem boa parte da rentabilidade, Não faz sentido nenhum. Abatimento do imposto de renda? Nunca fiz as contas,   mas não acredito que valha mesmo a pena. Só vejo um tipo de pessoa se beneficiando desse tipo de investimento: aquelas que gastam mais do que ganham, que só conseguem juntar alguma coisa se tiverem boleto pra pagar, se for desconto em folha, como a Ostra bem colocou no seu último post. Pra todos os outros, não recomendo.

Bom mas e ai? Qual a saída?
Bom, não tenho a resposta. O que eu tenho feito é estudado muito, tento manter a disciplina financeira, sem largar mão de viver. Nada é garantido, e o melhor investimento que existe é em conhecimento. Por enquanto isso é tudo, e novamente, se tivesse uma resposta fácil, eu vendia, não postava de graça num blog, heheheh.

Fontes:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Decreto/D7808.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12618.htm

Um abraço do Urso!

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Fechamento de Janeiro/2013

Primeiro fechamento depois de minha entrada na renda variável. Como não poderia deixar de ser, tive rentabilidade negativa, mas, quem disse que ia ser fácil, tranquilo, como navegar em águas calmas?
Passei metade de janeiro escolhendo uma corretora, já que várias estão aumentando o preço, vide post do AdP, e joguei logo todo meu dinheiro mais aportes na conta: R$19.000,00)
Saldo final: R$18.678,10
Aporte: R$3446,00. Era pra ser 3500, mas o transtorno obssessivo compulsivo falou mais alto, e fiquei com o valor arredondado no início do mês. O que não adianta nada, pq esse valor varia todo dia, e esqueci essa doença de valores redondos!
Aportei um pouco mais esse mês, mas me arrependi,, pq agora estou apertado para fevereiro, e acabei descobrindo o inimigo Nº1 de meus aportes, mas vou falar disso em outro post.
Ia colocar a planilha de cotas do Adp, mas não to conseguindo carregar imagens.

Por último, alguns comentários sobre minhas metas qualitativas:

1) Bater a inflação todo ano. (não dá para perder dinheiro) 
Estou no prejuízo mesmo considerando valores nominais, mas bolsa é investimento de longo prazo, então vou esperar bem antes de mexer no portifólio. Aliás, esperar não, vou monitorar as empresas, para ver se os fundamentos ( a estória que elas contam, como P. Lynch gosta de dizer), ainda fazem sentido;
2) Bater a poupança todo ano. (Senão de que serve tanto tempo lendo livros e blogs?)
Nunca vi a poupança ter rendimento nominal negativo, assim como difícilmente se vê inflação negativa aqui no Brasil. Então o item se não bati o item 1, o 2 vai junto...
3) Bater o ibovespa todo ano. (BOVA11 ou outros estão aí pra quem quer seguir índices)
Bati a bovespa, pelas duas metodologias que adotei. a primeira é a variação desde a abertura de 1º de janeiro, que foi de -1,95%. E a segunda é calcular a partir do dia que comprei as ações, dia 14/01. AI o GAP foi ainda maior, pois a bolsa caiu 3,74%. Apesar de minha carteira ter alta correlação com a bolsa, passei o mês inteiro melhor que o índice, o que é um primeiro indício de que fiz escolhas minimamente razoáveis. Tive rendimento de -1,7% no mês.
4) Ler pelo menos 6 relatórios anuais por ano. (Única meta que talvez eu revise para cima)
Comcei a olhar alguns relatórios das empresas que comprei papéis. mas percebi que os relatórios de 2012 estão muito próximos de serem divulgados, e resolvi esperar.
5) Aprender, aprender, aprender.
Para compensar o item 1, devorei mais de 10 blogs de investimentos somente este mês, e tenho lido 1 livro por semana pelo menos. Peter Lynch quase me gritou para comprar Whirpool. Afinal, quem não tem consciência de que a Brastemp tem vantagens competitivas, mesmo num setor tão de massa como o de eletrodomésticos?

Talvez mês que vem eu passe a colocar metas mensais de saldo, e faça um gráfico legal, ou talvez prefira evitar a fadiga...

Um abraço do Urso!